quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Artigo

Capoeira angola é uma das expressões mais africanas abrigadas no Brasil de tantas culturas, vide o artigo do Mestre Beija Flor, grupo Negaça:

CAPOEIRA ANGOLA : NOSSA YOGA EM MOVIMENTO



“Das Matrizes Africanas à Arte Metafísica”



“Mandinga de escravo em ânsia de liberdade, seu princípio não tem método e seu fim é inconcebível ao mais sábio dos mestres.”


Capoeira é Positiva.Capoeira é Negativa.
(Mestre Pastinha; 1889-1981)

A Bênção aos Mestres: Vicente Ferreira Pastinha, Bimba, Cobrinha Verde, Noronha, Waldemar da Liberdade, Aberê, Traira, Canjiquinha, Caiçara, Paulo dos Anjos, Gato, Curió, João Grande, João Pequeno, Primo, Ratinho, Morais, Ananias, Nó, Abelha, Bamba, Eusamor, Jogo de Dentro, Rogério, Alvinho Sucuri, Robson Abaô, Raimundo Dias, Lima, Kunta Kintê..., e Mestras: Elma, Janja, Jararaca... A Bênção aos professores: Jean Sarara e Marta Tainha... A bênção a todos os iniciantes, aos mestres que já partiram e aos mestres e guerreiros que se encontram lutando nesta grande caminhada de nossa terra mãe.

CAPOEIRA ANGOLA MINHA GENTE É CAPOEIRAGEM.É AUTO CONHECIMENTO.É ABISSAL. É dendê, é temporalidade, é ancestralidade, é natureza pura, é chão, é igarapé, é oceano, é inicio, meio e infinito. Capoeira Angola é para a vida. É arte terapêutica do sentir-se bem.

Esta arte busca trabalhar o self, o corpo, a alma. Seu objetivo é a essência humana. Capoeira Angola se apresenta como rara experiência, profunda, dos sentimentos humanos. Nela, são sempre descobertas novas, contínuas, próprias, para cada um que vem a praticar esta manifestação cultural e artística. Seus efeitos são muito fortes; mexe e vibra o corpo todo partindo do jogo dos movimentos e principalmente de sua musicalidade e canto, que vai moldando o sujeito comedidamente, pois a música faz demasiadamente bem à vida e a todos. “A música é a hierarquização de todas as artes”. Disse o filósofo SHOPENHAUER. Na capoeira encontramos esta simultaneidade de várias melodias dispostas harmonicamente. Num dado momento ela se revela uma polifonia e em outro se mostra numa onomatopéia.

Compreende-se que a capoeira veio de longe, das gêneses do povo negro, de lutas tribais de matrizes africanas, dos xirês, quilombos, senzalas, matas, mocambos, aldeias, maltas, terreiros, barracões, portos, fundos de quintais, ruas, becos e ladeiras, dos valentões, guerreiros, gladiadores e muitos lutadores de grande coragem e defensores dos seus próprios direitos, preservando dessa forma suas identidades, sua natureza e ancestralidades, consciente ou inconscientemente.

Na roda de capoeira existem os encontros e desencontros, entradas e saídas, jogo de dentro e jogo de fora; capoeira na verdade é volta ao mundo, é dobrar da esquina, um berimbau bem tocado, uma ladainha bem chorada, é cabeçada, é rasteira, é um desequilíbrio para um equilibro , é chamada para uma possibilidade de recomeço, é linguagem corporal e verbal.

Para alguns ela é incognoscível, para outros, transcendência, pluralidade e transformação cabal. Vista de perto, esta arte-luta-jogo para um homem distraído não passa de um mosaico tosco, porém para um menino de cosmovisão, ver este mesmo mosaico à distância é percebê-lo como a mais bela arte e mais profunda descoberta de sua própria estética. Nunca é demais ressaltar que esta arte representa toda uma historicidade e ancestralidade, vivência da resistência de um povo, luta, pura essência de liberdade. A sua forma tem a concepção profunda do belo e acena para além da realidade; apela para que o homem, a criança e a mulher mantenham-se sempre em contato com suas origens, energias e com a terra que pisam. Abraçando e celebrando a vida, uma fonte eterna de renovação sem perder seus passos e suas riquezas sempre canalizados com as tradições e fundamentos.

Capoeira Angola não pode ser só vista ou praticada como uma repetição de movimentos estereotipados, pantomimas e sistematização de golpes performáticos, nem essencialmente divisão de cores grupais e temporalidade. Convém ter-se em conta que este jogo belíssimo tem raízes de baobá, tudo foi e ainda é africanidade e não uma reafricanização, pois suas oralidades e tradições se perpetuaram ao longo do tempo.

É importante ter-se em conta a peculiaridade dessa pura dança metafísica. Em uma hora voando, noutras interiorizando-se no coração mesmo da terra, corpo e alma, pura simbiose; passos suaves, que vão plasmando os sujeitos no decorrer da caminhada pela vida. O capoeirista vivência experiências transcendentais. Através dos movimentos busca meios para estabelecer elos entre mundos, aparentemente, antagônicos: o inteligível com o mundo sensível, o equilíbrio e o barravento, a magia e a realidade, a casualidade e espacialidade, o finito com o infinito.

Capoeira Angola é jogo absolutamente metafísico acontecendo na realidade física. Neste contexto, este ritual corpóreo vem unir os sentidos e instintos, emoção e razão, meditação e reflexão, iniciação e passagem, liberdade e justiça; simbologia e ritualismo tudo com uma só finalidade essencial para seu praticante: sentir a vida, sentir-se bem, sentir o seu eu, a terra e o universo.

Muitos são encontrados na capoeira angola, mas será que realmente são dela? Muitos jogam capoeira angola, mas será que a sentem? Vivenciam a capoeira angola? Alguns cantam, tocam e batem o peito e exclamam: Pastinha, Pastinha, Pastinha, contudo vivem longe dos passos, ensinamentos, mandamentos e pensamento do velho e sábio mestre. Entrar na roda é para todos, vivê-la, senti-la e pensá-la é para poucos. Todos são alunos da roda da vida, mas poucos serão seus discípulos. Pensar dói, pois pensar é mergulho, encontro e desencontro, rupturas, retrocessos, reviravoltas e recomeço consigo mesmo. Disse C. Jung: “aquele que olha para fora sonha, aquele que olha para dentro acorda”. Não basta só jogar capoeira, tocar, cantar, dançar. É necessário vivenciar e sentir abissalmente, dia a dia, essa transformação; essa construção é uma renovação a cada dobrada nas esquinas da vida.

Capoeira Angola compõe uma terapia. É vida em movimento de energias corporais e quando o corpo está neste movimento é uma forma de comunicação com o mundo, com os outros e com o cosmo. ”E o nosso corpo é a nossa casa, é o alicerçe da nossa identidade” (LOWEN).

É, meus camaradas! Capoeira Angola é um rio profundo, e rio profundo corre em silêncio. Capoeira angola não é um jogo qualquer, banal, espetacularização sem sentido. Não é um sal na minhoca. Sem dúvida que esta arte, tem sua árvore genealógica na África e suas raízes profundas com o mestre Pastinha. Definitivamente na roda de capoeira angola todos tem um pouco do filósofo místico e sábio mestre Pastinha: “Capoeira é tudo que a boca come”. Realmente o mestre sabia da importância desta representação. Atribui-se a esta manifestação corpórea inigualável a grandeza de uma obra de arte, enraizada fundamentalmente em seu caráter ambíguo e que deixa ao olhar do espectador a decisão sobre o seu refinado significado. Capoeira angola é livre.

Quando capoeiristas estão no eixo da roda - portal energético - em sua espiral ou mesmo no pé do berimbau, eles ficam compenetrados, encantados, embriagados e confiantes, é estado de grande auto-realização, é momento impar, é hora de vadiar, negacear, mandingar. A finalidade deste momento crucial é única; todos os que tomam parte no jogo estão realmente condenados a serem livres, isso quer dizer que nenhum momento existe mais para sua alma- corpo-mente, portanto nada pode ser estabelecido, exceto aquilo que advém dos espíritos livres e de sua própria liberdade.

“Ninguém vira angoleiro. Nasce-se angoleiro”.


Mestre Beija-Flor



Tobias Barreto/Sergipe – BRASIL



Primavera de 2011

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O mundo é redondo...

...Pra que a gente esteja sempre se batendo!
Essa é a máxima verdade se não do universo, ao menos de Aracaju. Há uns seis ou sete anos, tive um problema com um capitão da PM que durante o meu turno de serviço no 190 se enraivou e puxou a arma mostrando-a para a equipe de serviço. Tentamos por o caso para frente mas ele era influente e não vingou... Ontem fui pretar um apoio a uma querida amiga e qual não foi minha surpresa quando ela me disse que o apoio era para ele.

Tenho raiva do cidadão, hoje major, mas não podia negar esse favor a uma amiga. Parece que Deus está testando a minha bondade, tomara que depois venha um prêmio legal, um filho. Já escrevi minha carta de natal a Papai Noel:

Querido papai Noel:
Este ano fui boazinha, não xinguei muito palavrão e procurei ser uma pessoa legal, legal não boazinha...rsrsrs
Esse ano eu quero dois presentes, o primeiro é a paz mundial, viu como eu sou boazinha?!
O segundo é um menino... Que não seja chinês, eles são grande parte da população mundial...
Um beijo e espero meu presente, mas não precisa ser no sapatinho, pode vir na barriga mesmo...rsrsrsrsrs

sábado, 30 de outubro de 2010

Paixão é bem melhor que amor...

Para quem está apaixonado o outro não tem defeitos... Quem ama aceita os defeitos do outro... o que é melhor?
Ainda lembro do friozinho na espinha proveniente do primeiro beijo, da primeira vez que disse: quero ter um filho seu e do olhar arregalado... tudo era tão mágico...
Casar é um sonho, maravilhoso, noivinha, lua de mel, mas a merda vem depois.
O ronco, as reclamações a tampa do vaso, as críticas, putz! por que tem que ser assim, acho que é por isso que contos de fadas não tem sequência, príncipe barrigudo e pedindo uma cerveja enquanto vê o jogo nem combina...
Já na paixão, até a cerveja você pega com gosto, a briga é desesperadora, pra depois fazer as pazes de um jeito arrebatador e ficar com um sorriso idiota na cara a semana toda, enquanto no casamento até as pazes são meia boca... é igual pra todo mundo isso, não adianta procurar um melhorzinho.... No final todos ficam assim...


sábado, 16 de outubro de 2010

Uh, Tererê, Vote no PT!




Nasci em 1981, e desde que me entendo por gente ouvia as pessoas dizerem nas ruas que o Brasil é o país do futuro. Pensei que não viveria para ver o futuro chegar, mas ele chegou e chegou em uma estrela vermelha.
Oito anos se passaram e a vida melhorou para mim e outros tants como eu, qeu negos e pobre tinham reduzidas suas possibilidades de entrarem em uma faculdade, adquirirem casa própria ou terem disponibilizada a opção de investir o dinheiro em uma velhice tranquila, com a certeza de que ele não será confiscado e de que seus direitos serão garantidos.


E eu, que cresci vendo meus pais recebendo e corrrendo para o supermercado, para pagar as contas antes que a inflação comesse tudo, chego ao final do mês com parte do salário ainda no banco, guardadinho. Terminei a faculdade, fiz pós, meu irmão mais novo, orgulho da família faz mestrado na USP, putz!, diretamente saído da periferia de Aracaju. É, governo Lula, governo do PT, o mesmo que iria comer as criancinhas...


Acho imunda a campanha de José Serra, nojenta mesmo, baseada em mentiras... Um cara que governou uma potÊncia como São Paulo e deixou a porcaria que deixou, imagina o esgoto em que ele vai transformar o Brasil, ele criou os Genéricos, palmas pra ele, e que mais, privatizou as estatais, provocou uma batalha campal no centro de São Paulo entre policiais Civis e Militares, não isso não pode divulgar, isso ele não diz...


Pobre nordestino que vota em Serra merece uma surra, de deixar marcas. seis meses de seca há uns dez anos prejudicaram muito a vida dos sertanejos, hoje, em Sergipe, Engenheiros Agronomos ensinaram o sertanejo a fazer silagem, o gado não passa fome, e o governo federal instalou cisternas em pequenas propriedades, o que garante a sobrevivência em épocas de seca.

Eu voto 13, porque o PT é melhor para mim, melhor para o nordeste e melhor para o Brasil.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Antes de partir






Desde menina desenvolvi um gosto especial por filmes, assisto de tudo, de tudo mesmo, mas meu forte são as comédias românticas, tipo sessão da tarde, bem água com açúcar, com pipoca e que não precise pensar para entender.

Imaginar um filme com a leveza de uma comédia romântica, onde o casal é formado por dois caras velhos, Jack Nicholson e Morgan Freeman, que não são um casal, têm câncer e estão vivendo os últimos dias de suas vidas num hospital, um pobre e um rico, um pouquinho de drama no meio tá certo, mas nada que faça precisar de um lenço, meio difícil de se assistir, né? Até aí o filme seria meia boca, tipo aqueles cults que meia dúzia de pessoas assiste no cinema e sai com umas críticas que nem eles mesmos entendem, mas eis que surge a lista, quem não tem uma lista, grande ou pequena, escrita ou pensada, de coisas que gostaria de fazer, sensações que gostaria de sentir, sonhos para realizar antes que as luzes se apaguem?

Eu mesma tenho uma, imensa por sinal, com sonhos que vou acumulando e esquecendo para viver os dos outros ou pior, a realidade, isso é a sacada do filme ele, o personagem de Morgan Freeman, esqueci o nome agora, passa a viver seus sonhos e ser feliz (acho que só vou me dar conta de que não dura para sempre quando estiver perto de acabar). Eles, ainda que não tivessem quase nenhum tempo, jogaram o dinheiro do rico (o pobre era duro de marré de si) pela janela e riscaram um a um todos os itens de uma lista que vinha sendo escrita desde a juventude, uma lista que eu também tenho... mas que eu não revelaria nem ao espelho( se alguém lê esse negócio...Xiiii). Imagine dois coroas escalando, caçando, pulando de pára–quedas e fazendo meio mundo de loucuras. No final eles morrem, claro, é o destino de todos, só que quando se realiza os sonhos a sensação no final, ainda que o final seja o fim mesmo, deve ser de vitória. “Antes de partir” eu quero me sentir assim.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Poliandria e seu significado

Li esse texto quando pesquisava sobre costumes sociais e sua criação ou surgimento. A cultura da monogamia surge com a idéia de herança do patrimônio, alguns acreditam que o surgimento da monogamia está atrelado ao cristianismo. Achei o tema polêmico e muito diverso dos costumes ocidentais principalmente em relação à Poliandria, que é a poligamia feminina. É um assunto polêmico e quase nunca abordado por essas bandas, mas vale a pena conhecer...

Mulheres Indianas e a POLIANDRIA.

Elas nunca foram a uma grande cidade, não conhecem televisão, nem geladeira e, para elas, ter vários maridos é coisa muito natural. Nas montanhas do Himalaia, norte da Índia, na fronteira com o Tibet, o cinegrafista Hélio Alvarez e Ana Paula Padrão encontraram as pequenas vilas onde moram as mulheres poliândricas.



A poliandria é um costume, hoje, muito raro, que para nós é muito estranho, mas que funciona bem na região do Himalaia. Você vai ver que as poliândricas nem são tão iferentes assim.
Champalín pode dizer que é uma mulher de sorte. Nasceu bela, formou uma família feliz. Aos 28 anos, tem quatro filhos saudáveis e três maridos: Chamlalah, Premlah e Seamrah.
"Todos eles cuidam de mim e das crianças, é muito bom quando se tem tanto trabalho no campo", diz ela.
A história de Champalín não surpreende ninguém na região. É mais uma das tantas diferenças que cimentam a homogeneidade do país. Parece incoerente, mas a principal característica deste povo é justamente sua pluralidade.
São tantos níveis sociais e é tal a complexidade religiosa e étnica que o outro é sempre um disparate pra nós. Eu mesma cheguei na comunidade acreditando que a extrema submissão feminina explicasse casos como o de Champalín, mas a história é bem diferente.
Nas montanhas do Himalaia, extremo norte da Índia, bem perto do Tibet, o país que se apresenta é mais uma face do insólito indiano. Nas pequenas vilas espalhadas pelas montanhas - vilas muito pobres, muito isoladas - a sobrevivência das famílias justifica um costume raro no mundo inteiro: a poliandria.
As cidadezinhas poliândricas lembram vilas medievais. Nas casas, todas iguais, de madeira, onde o milho é pendurado pra secar, vivem todos juntos. Famílias imensas, que se formam a partir do casamento de uma mulher com vários homens ao mesmo tempo. Em geral, irmãos.
Baladêi casou-se com Malen e o irmão, que hoje está na cidade para as compras do mês. "Eu e meu irmão somos tão unidos que podemos ter a mesma esposa e os mesmos filhos", diz ele com naturalidade.
A família vive com os pais dos noivos, que já dividiam o lugar com os avós e alguns dos netos e assim as casas vão ficando cheias. Na hora de dormir, todos vão para o andar de baixo, o mais quente e protegido -- e todos juntos.
O casamento mais comum é aquele no qual o noivo escolhe a noiva e, depois, leva os irmãos mais novos com ele. É o caso de Rudarsín, que tinha quatro irmãos.
"Eu me casei com a minha escolhida, porque sou o cabeça da família. No dia seguinte os irmãos puderam vir para minha casa nova".
Mas, nesse caso, a noiva, Monbedí, também levou a irmã mais nova. Era um casamento de duas mulheres com cinco maridos. Estão todos lá, nas fotos da parede. Juntos, tiveram nove filhos, mas a família já ficou menor. A irmã de Momdebí e três dos irmãos de Rudarsín morreram. Os que ficaram lembram-se com saudades dos tempos de casa lotada.
"Todos ficavam juntos e economicamente estávamos mais seguros, pois não tivemos que dividir a terra e os bens".
Hoje os tempos são outros nas vilas poliândricas do Himalaia indiano. Algumas das mulheres mais jovens, desejosas de viver o amor indivisível e romântico da cultura ocidental, não querem mais ter vários maridos.
"Muitos maridos dão muito trabalho", imagina Minatiráua, de dezessete anos.
Ela sonha com uma casa onde apenas ela e o marido possam construir uma família mais parecida com qualquer outra no resto do mundo. Uma bobagem juvenil, diz Golkul.
Ele nos conta da grande festa de casamento que parou a vila no dia em que ele e seus dois irmãos casaram-se com Savitri. "Hoje já há irmãos se casando com mulheres diferentes e eles têm que ir morar em lugares distantes pra conseguir trabalho - o individualismo cresceu", lamenta Golkul.
Ele aprendeu que não dividindo a família todos garantem a própria segurança. As crianças, nas vilas, ainda são criadas por todos e nunca sabem quem é "o" papai. Algumas têm dois pais, outras três, quatro, ou cinco e não importa muito. Importante é a comunidade.
O trabalho começa cedo e ainda é preciso ajudar na velhice. As mulheres cuidam dos animais e da terra, tarefas pesadas, sim, mas são os homens que enfrentam as longas viagens em busca do que falta no isolamento das montanhas, lutam quando é preciso defender a vila e cuidam da manutenção das casas no rigor do inverno.
Por isso, lavar, tratar o rebanho, cozinhar, pra elas é o lado prazeroso das tarefas domésticas e ainda há tempo para as vaidades femininas, mas esqueça o conceito ocidental de roupas elegantes, feitas pra encantar e seduzir. As jovens da vila mostram, na prática, o que é ser bem vestida.
Pra elas, na vila poliândrica, é muito bom ser mulher e ainda mais quando há tantos homens pra cuidar de cada uma, coisa que não existe em nenhum outro lugar, ensinam as poliândricas.
É, pelos depoimentos delas, casar com vários homens não é sacrifício nenhum. Depois de muita conversa e de vencer as barreiras da cultura, descobrimos os segredinhos de um poli-casamento feliz.
Cada uma delas acaba escolhendo seu marido preferido e os outros têm que se esforçar pra conseguir um tratamento especial. Champalín confessa, enrubescida, na frente dos outros: "Este é o meu preferido".
E por quê? Pergunto eu. O que ele tem de diferente? “Ora”, desconversa ela, "assim como os dedos da mão, os irmãos também não são iguais".
Mondebí, aquela que já teve cinco maridos, quase em segredo, aponta pra mim aquele de que sempre gostou mais e ele sorri o sorriso de quem sabe que teve lugar especial no coração da esposa.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Linda canção!

Quem é Você ?
Simone
Composição: Isolda / Eduardo Dusek



Quem será que me chega
Na toca da noite
Vem nos braços de um sonho
Que eu não desvendei
Eu conheço o teu beijo,
Mas não vejo o teu rosto.
Quem será que eu amo
E ainda não encontrei
Que sorriso aberto
Ou olhar tão profundo.
Que disfarce será que usa
Pro resto do mundo.
Onde será que você mora
Em que língua me chama
Em que cena da vida
Haverá de comigo cruzar
Que saudade é essa
Do amor que eu não tive
Por que é que te sinto se nunca te vi
Será que são lembranças
De um tempo esquecido
Ou serão previsões
De te ver por aqui... então vem!
Me desvenda esse amor
Que me faz renascer.
Faz do sonho algo lindo
Que me faça viver.
Diz se fiz com os céus algum trato
Esclarece esse fato
E me faz compreender.
Esse beijo, esse abraço na imaginação
E descobre o que guardo pra ti
No meu coração
Mas deixa eu sonhar, deixa eu te ver.
Vem e me diz: quem é você